Depois do meu post Porca miséria, sobre a mais que provável recandidatura de Madaíl ao cargo de presidente da FPF, veio a lume este artigo que vem precisamente de encontro ao que eu e os benfiquistas pensam.
O impacto da estreia de Paulo Bento como selecionador nacional foi tão grande que até o presidente da Federação voltou a acompanhar a equipa na viagem à Islândia, depois de se ter ostensivamente colocado à margem dos dois desastres anteriores, amplificando a claque de hoje com uma boleia coletiva aos “boys” das associações distritais que podem elegê-lo e mantêm a Federação à revelia da Lei.
À boa tradição do futebol luso, os bons companheiros sempre se encontram nas horas certas e nunca desperdiçam as soberanas ocasiões de se fazerem fotografar com as companhias que interessam – estando agora bem claro que a desgraça em toda a linha de Carlos Queiroz representa na íntegra o lado politicamente correto.
Mas, por estes dias em que os bons resultados desportivos comemoram a antecipação, em dois anos, do fim da treva em que o próprio Gilberto Madaíl fizera mergulhar a equipa nacional, no seu afã de a libertar da influência marcante de Scolari, outras entidades estão mergulhadas em processos de reposicionamentos políticos e sociais, com enormes implicações no futuro.
Não falo da nova marioneta do FC Porto no programa de vozes dos donos do chamado serviço público de televisão – ainda estará para nascer o primeiro portista capaz de se envergonhar publicamente com as práticas do Apito Dourado. Não me interessa o ziguezague comunicacional dos assustados dirigentes do Sporting – é profundo o défice de estratégia leonina que não se resolve com intervenções casuísticas. E entra-me por um ouvido e sai pelo outro o matraquear de ameaças mirabolantes dos responsáveis do Benfica – o que dita exclusivamente o bem-estar e vontade dos adeptos é o acerto do treinador e o talento dos jogadores.
Apesar da rotina das intervenções folclóricas que sempre animam a vida dos três polos principais deste nosso pequeno mundo, alimentando a máquina mediática e desviando atenções dos problemas que ninguém consegue resolver, como a iminente falência, elas valem muito pouco no cotejo com a força real e a mística de jogadores e técnicos. Não é por acaso que os diretores tentam a todo o transe açaimar, manietar e desautorizar a relação direta dos artistas com o seu público, através da comunicação social, impondo-lhes regras e limitações que os equiparam a débeis mentais.
Os grandes reencontros destes dias cinzentos situaram-se, pois, no âmbito de um possidónio Conselho dos Presidentes da Liga, que equiparou bons, maus e vilões não pela força do seu sectarismo, mas pela inocência conveniente de uma ordem alfabética. Foi interessante observá-los num plano de subalternidade virtual, cordatos e humildes, ainda que por duas breves horas, ao mesmo tempo que manobravam caninamente nos bastidores para segurar bem firme a trela que há-de continuar a guiar o próximo presidente da Federação.
Os sinais que se libertam deste movimento opressivo que pretende mudar cabeças para que tudo fique na mesma, mantendo o sistema federativo com todos os seus vícios e dependências, justificam a cambalhota que Madaíl está a dar. Para pior, já basta assim.
1 comentário:
O título diz tudo! Porca miséria. Dá-me nojo o Madaíl.
Abraço
Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera
Bimbosfera.blogspot.com
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