Em Portugal, os clubes deixaram de se preocupar, nalguns casos, com o  objeto primacial dos seus estatutos, para dar guarida a um conjunto de  pessoas que veem neles uma extraordinária hipótese de se governarem. 
A elite  política, em lato sensu, durante anos, encheu os bolsos à custa da  ignorância/desinformação dos eleitores, alguns dos quais – no plano das  elites, sempre – beneficiaram, igualmente, de um conjunto de  imparidades, muito bem camufladas pelo sistema financeiro. Pela banca,  por organismos estatais e por uma economia paralela transversal ao  mercado de trabalho a criar a ilusão de que seria possível perpetuar a  artificialidade e a mentira, recorrendo a mecanismos de controlo e  fiscalização que, afinal, apenas controlaram e fiscalizaram os impulsos,  sempre esporádicos e isolados, da descoberta da verdade.
E eis-nos  de tanga, divididos entre a aprovação e o chumbo do Orçamento, certos  de que não haverá “golos” suficientes para resolver e atenuar o impacte  de uma crise a poder ter um impacte bem menor nas nossas vidas, se não  houvesse tanta promessa, tanta demagogia, repito, tanta mentira e tantos  truques a cavar desigualdades sociais absolutamente arrepiantes.
O futebol,  à escala universal, percorreu o mesmo caminho: campeonatos comprados,  árbitros corrompidos, candidaturas compradas e um sistema inimputável de  tráfico de influências, a desvirtuar a Verdade Desportiva.
O futebol  gastou o que não tinha, inflacionou os passes dos jogadores, proclamou  um regime de intermediação que pagou comissões milionárias por  jogadores-pernas-de-pau, utilizando off-shores e fugindo à  tributação/taxação do Fisco.
Esgotaram-se quase todas as fórmulas  receituárias de criação de riqueza. E entrámos no “vale-tudo”. Os clubes  deixaram de ser “desportivos” para serem, nalguns casos, bons  empregadores, cortando nos “mil euristas” para continuar a pagar altos  vencimentos a um conjunto de funcionários ou contratados a prazo, aos  quais é preciso juntar a lógica das pornográficas indemnizações. Sem  auditorias externas. Entre as taxas e os tachos, há um mundo para  regular.
NOTA – O Benfica partiu para a atual edição da Champions  com grande optimismo, designadamente declarado pelo seu treinador. Nem  Jorge Jesus contabilizou o impacte das saídas de Ramires e Di María e as  “não entradas” de Salvio, Jara e Gaitán. Há menos David Luiz, muito  menos Maxi e a equipa joga em esforço, assim a modos que “à força do  chicote”. Fábio Coentrão não chega para tudo. E a equipa esforça-se mas  não tem qualidade para mais. É difícil fazer o reconhecimento da  realidade por quem fez um campeonato tão “excecional” na época passada.  Daí talvez o nervosismo. Daí talvez a dificuldade de se aceitar que este  Benfica é uma caricatura do “Benfica-campeão-nacional”...
NOTA 1 –  O presidente da AG da FPF, Avelino Ribeiro, disse (em 15 do corrente)  que “os estatutos não consentem eleições intercalares” (para o Conselho  de Justiça da FPF). Agora acaba de convocá-las. Quem aceitar este  ‘presente envenenado’ (em nome de que princípio?) ficará “marcado para a  vida”. Fazem fila os “técnicos-de-Direito-de-vão-de-escada”? A crise é  grande, mas...










3 comentários:
Cronica?
Quem escreveu?
Foi esquecimento, amigo Abidos.
Rui Santos, no Record de ontem.
Abraço.
Obrigado
Enviar um comentário