quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Jorge Jesus, genial ou fanfarrão?

Muitos dos adeptos incondicionais do falso modesto Villas-Boas, na sua maioria fãs de José Mourinho, coadunam as habituais forças sinergéticas do futebol português para criticarem o facto do fanfarrão Jorge Jesus ter dito sem papas na língua «Somos a equipa que melhor joga em Portugal». Não foi exactamente assim, e o neste momento foi retirado estrategicamente para atingir os fins pretendidos.

Não estando em questão a veracidade da sentença – foi aliás na mouche -, a crítica converge essencialmente na fanfarronice do técnico, aparentemente porque este constata o óbvio e, sendo ele parte responsável, tal assume-se como algo difícil de digerir nas mentes mais hipócritas dos opinion makers. Trata-se da habitual estratégia dos mind games popularizados por Mourinho e seguidos por André Villas-Boas. Ora se nesses casos se ajusta e é tido como absolutamente genial, qual a razão porque com Jesus é pura gabarolice?

Devemos contudo subscrever integralmente toda esta exposição a que Jorge Jesus se sujeita? Provavelmente não, se tivermos em conta a aleatoriedade do futebol e das circunstâncias que o rodeiam. Mas então, a ser assim, porque o treinador do Benfica não se pode eximir a declarações, entrevistas e conferências de imprensa a um ritmo que neste momento é quase diário, só o evitava se estivesse calado ou respondesse por monossílabos, o que obviamente está fora de causa. Logo a exposição não pode ser evitada, sobretudo porque se alguns
inimigos de estimação que foi criando, estão apostados em distorcer as suas opiniões ou o sentido das suas declarações, dissociando integralmente as sentenças do realismo e objectividade que em parte tiveram. Idêntico juízo poderá ser aplicado a outros responsáveis do Benfica, incluindo o próprio LFV.

Contudo defendemos que a moderação deve ser por norma boa conselheira no futebol indígena, de modo a que não se sucedam as manipulações, distorções ou más interpretações, e se aumente ainda mais a pressão em torno dos campeões nacionais. Jogando final após final desde que Olegário Benquerença e seus pares colocaram o Benfica a 9 pontos do líder FC Porto, sem dúvida que o Benfica deu uma chapada de luva branca ao psicólogo especializado em desporto -  Jorge Silvério, autor da célebre tese
«O Benfica não tem competências de confronto com a adversidade».

Jorge Jesus tem toda a legitimidade para dizer o que disse, muito embora isso possa ser interpretado como contraproducente ao entrar em ruptura com um passado recente em que o Benfica se viu prematuramente afastado de objectivos, como era a qualificação para a fase seguinte da Liga dos Campeões, um convívio entre colossos de saudar, mais de acordo com os pergaminhos do clube, isto aparte o encaixe financeiro contíguo. Mas como exigir a um ser humano normal que tanto foi vilipendiado pelos mais variados quadrantes numa altura difícil, não possa reagir agora quando os resultados e as exibições estão a ser mais conseguidas? Será isso sobranceria? Não cremos de todo.

Numa retrospectiva breve sobre o ocorrido ainda há relativamente pouco tempo, Jorge Jesus sabe melhor do que ninguém o quão repentista se passa de bestial a besta em Portugal. Compreendemos as suas atitudes que se revelam aliás muito mais moderadas e equilibradas em termos globais, mas sem querermos ser paternalistas, diríamos que talvez seja pertinente mais que não seja ponderar, para evitar dar motivos aqueles que estão ansiosamente à espera do mínimo deslize para o desancar, isto muito embora os
mind games estejam na moda, ainda que segundo conste só são apreciados quando partem dos de sangue azul.
Enquadrado num meio descomplexado e imparcial, entender-se-ia na perfeição que Jorge Jesus seguisse esse caminho sem peias, louvar-se-ia a franqueza, com os habituais maldizentes a penitenciarem-se por terem jurado a pés juntos que o ciclo do amadorense no Benfica havia findado meses atrás, mas como sabemos de antemão que a vergonha por cá é pouca...

Cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém
talvez seja um lema a seguir, ainda que possamos constatar facilmente no que diz a respeito ao futebol praticado, contrapôr ao estado algo debilitado do líder FC Porto recentemente apupado em pleno Estádio do Dragão após mais uma exibição sofrível. Por isso, J.J. decerto compreenderá que quem rir por último ri melhor, e esse será o bestial subentenda-se…
(Anti-Benfica.COM)

2 comentários:

Carlos Alberto disse...

FANFARRÃO... e é isso que faz dele GENIAL. ou será ao contrário? LOL

Manuel Oliveira disse...

Ahahahahah!

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