Ultimamente alguns cronistas que escrevem no Record têm chamado os bois pelos nomes. Embora, dêem uma no cravo outra na ferradura.
Vale a pena ler abaixo.
O facto de não estar ligado a nenhum clube dá-me liberdade para escrever o que penso. Posso dizer mal ou bem do Benfica, bem ou mal do Sporting, ser a favor ou contra o FC Porto, sem ter de dar explicações a ninguém.
Com este olhar limpo procuro antever o ano que vem. O FC Porto será normalmente campeão, porque dispõe da equipa mais sólida. Além dos 8 pontos de avanço, vê-se que tem menos hipóteses de escorregar do que o Benfica.
Além disso, tem uma estrutura consistente, uma massa associativa que não assobia os seus jogadores, e a ajuda dos árbitros. Há penáltis a favor do FC Porto que só se explicam pela predisposição do árbitro para os marcar.
O Benfica deve manter o 2.º lugar, o que é uma exceção. Nos últimos 10 anos, além das vitórias de Jesus e Trapattoni, o Benfica só agarrou duas vezes o 2.º – ficando três vezes em 3.º, duas vezes em 4.º e uma vez em 6.º. Mesmo assim, já houve movimentações para despedir o treinador – mostrando que os seus adeptos são demasiado ansiosos, tornando-se ingratos em situações adversas.
Pior é o ambiente no Sporting. Porque aí é toda a estrutura que treme, a começar pelo presidente. Ora ele tinha toda a razão – como agora se vê – quando disse “Paulo Bento forever”. Os problemas do Sporting não se resolverão com a saída do presidente ou do treinador. O Sporting é uma espécie de Atlético Madrid do futebol português – e tem de ganhar maturidade para perceber qual é o seu lugar.
Para 2011 desejo, portanto, que as massas associativas tenham juízo e não façam mais asneiras. Só a estabilidade pode trazer resultados. As mudanças sob pressão terão como única consequência arrastar os clubes para o fundo.
(José António Saraiva, in Record)
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