quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Uma no cravo, outra na ferradura

Ultimamente alguns cronistas que escrevem no Record têm chamado os bois pelos nomes. Embora, dêem uma no cravo outra na ferradura.
Vale a pena ler abaixo.
O facto de não estar ligado a nenhum clube dá-me liberdade para escrever o que penso. Posso dizer mal ou bem do Benfica, bem ou mal do Sporting, ser a favor ou contra o FC Porto, sem ter de dar explicações a ninguém.
Com este olhar limpo procuro antever o ano que vem. O FC Porto será normalmente campeão, porque dispõe da equipa mais sólida. Além dos 8 pontos de avanço, vê-se que tem menos hipóteses de escorregar do que o Benfica.
Além disso, tem uma estrutura consistente, uma massa associativa que não assobia os seus jogadores, e a ajuda dos árbitros. Há penáltis a favor do FC Porto que só se explicam pela predisposição do árbitro para os marcar.
O Benfica deve manter o 2.º lugar, o que é uma exceção. Nos últimos 10 anos, além das vitórias de Jesus e Trapattoni, o Benfica só agarrou duas vezes o 2.º – ficando três vezes em 3.º, duas vezes em 4.º e uma vez em 6.º. Mesmo assim, já houve movimentações para despedir o treinador – mostrando que os seus adeptos são demasiado ansiosos, tornando-se ingratos em situações adversas.
Pior é o ambiente no Sporting. Porque aí é toda a estrutura que treme, a começar pelo presidente. Ora ele tinha toda a razão – como agora se vê – quando disse “Paulo Bento forever”. Os problemas do Sporting não se resolverão com a saída do presidente ou do treinador. O Sporting é uma espécie de Atlético Madrid do futebol português – e tem de ganhar maturidade para perceber qual é o seu lugar.
Para 2011 desejo, portanto, que as massas associativas tenham juízo e não façam mais asneiras. Só a estabilidade pode trazer resultados. As mudanças sob pressão terão como única consequência arrastar os clubes para o fundo.
(José António Saraiva, in Record)

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