Um dia destes temo-los de costas voltadas com os corruptos. Já esteve mais longe. Até o Bilhas-Boas já responde ao Costinha, a coisa começa a aquecer!
Este Daniel é um dos que ultimamente lhes vem batendo semana após semana, apesar de nesta crónica fazer uma ligeira vénia para salvar o pêlo.
Odeio falar de arbitragens. Só que, apesar de me desagradar o assunto, acabo, volta não volta, por voltar a ele. Porque ele é uma metáfora deprimente das nossas fraquezas. No desporto, no trabalho, na política, na justiça, na economia.
A arbitragem de Elmano Santos no jogo Porto-Vitória é apenas o último episódio de uma interminável novela. Chego tarde ao debate: já todos escreveram que o senhor viu coisas que ninguém viu e que fez coisas que nem os seus melhores amigos podem defender em público. Não sei se alguém influenciou o árbitro, se ele se sentiu pressionado ou se ingeriu alguma substância alucinogénica. Opto por uma quarta possibilidade: é apenas incompetente. Acontece. Em todas as atividades os incompetentes existem e temos de viver com isso. O que é importante é o facto de, apesar de toda a gente saber que o é, continuar a apitar em jogos da Liga. E o facto de, vá-se lá saber porquê, os incompetentes terem uma certa tendência para se enganarem quase sempre em favor dos mesmos. Podem ser incompetentes mas não são parvos.
A metáfora sobre este país é esta: o mérito não vale uma pevide, a incompetência nunca é punida e os espertos safam-se sempre. E mesmo que os espertos sejam bons, sabem que se safam mais facilmente se forem espertos. Às vezes nem é necessidade, é já apenas o hábito. O Porto tem, há muitos anos, a melhor equipa nacional. É dirigido de forma profissional. Mereceu vencer quase todos os campeonatos que venceu. Mas tem sempre aquela bengalinha, não vá o Diabo tecê-las. Umas vezes, como provam algumas escutas, porque a procura. Outras porque lhe cai nas mãos. E seria tão fácil caminhar sem apoio. Até porque pode. Tem pernas para isso.
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