Agora as nomeações dos árbitros são feitas exclusivamente pela Comissão de Arbitragem - esta, ou semelhante, foi a afirmação feita por Vítor Pereira a um órgão de comunicação social. Ora, sendo da competência da Comissão de Arbitragem "designar os árbitros para os jogos das competições organizadas pela Liga", tal afirmação parece própria do "amigo banana", não justificando qualquer enfoque especial.
Porém, a colocação no início da frase do advérbio de tempo transforma a tal afirmação banal numa afirmação assassina de todas as comissões de arbitragem que precederam a liderada por Vítor Pereira, com excepção das que designavam os árbitros por sorteio, ainda que condicionado. E, mesmo relativamente a esse período, a afirmação só vem dar razão aos que defendiam e defendem a designação dos árbitros para os jogos da Liga por sorteio!
Na verdade, se, só agora, os árbitros são exclusivamente nomeados pela Comissão de Arbitragem, significa que, anteriormente, alguém mais "influenciava" essas nomeações. E, assim sendo - e fala quem já foi nomeado e agora nomeia - razão tinha quem optava e optou pelo sorteio.
Por outro lado, interrogo-me sobre a extensão do "agora"? Há uma semana não era assim? Há um mês? Há um ano? Ou antes de chegar ao poder o actual presidente da comissão? E interrogo-me, sobretudo, sobre o significado do silêncio corporativo?
Vítor Pereira, o humilde servidor da causa da arbitragem, aquele que adora um futebol de que outros não gostam, e que ficam em casa seguindo o seu sábio conselho, ficou muito ofendido com aqueles que o criticaram há algumas semanas, antes e depois do jogo, pela nomeação de Duarte Gomes, mas apenas fez queixinhas relativamente àqueles contra os quais poderia ser usado um regulamento ridículo nessa matéria. Com efeito, fizeram-se então na comunicação social diversas considerações achincalhantes para o autor e defensor daquela nomeação, sem merecer qualquer reparo!...
Verifico assim, e agora, que a falta de bom senso daquela nomeação, é da exclusiva responsabilidade da comissão de arbitragem, e do seu presidente. E lamento que uma qualquer influência não tenha feito imperar esse mesmo bom senso. Mas agora é assim: Vítor Pereira e seus pares é que nomeiam sem qualquer influência, seja de que natureza for!...
Agora sim, agora estou tranquilo e sereno, como aliás é próprio da quadra que se atravessa. Agora acredito na verdade desportiva; não necessito dos meios tecnológicos, nem de sorteios para a designação dos árbitros. Agora olho para o humilde Menino deitado nas palhinhas e esqueço-me da vaidade de certas pessoas. E agora que sei que as nomeações são exclusivamente da Comissão de Arbitragem, agora até voltei a acreditar no Pai Natal! Agora?!
(Dias Ferreira, in Record)
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