A crónica que aqui reproduzo poderia perfeitamente ter sido escrita por mim porque me revejo nela.
1. Já só uma hecatombe afastará o Benfica do título nacional. Seria preciso que os encarnados perdessem no Dragão e em casa com o Rio Ave e o Sp. Braga vencesse os três encontros que lhe faltam disputar para que a Liga não tivesse o merecido vencedor. O Benfica será campeão com inteiro mérito. Tem o melhor ataque, a defesa mais coesa e é o conjunto que mais e melhor espetáculo proporcionou. Enquanto o Sporting continuou a não investir e o FC Porto não soube colmatar as saídas de Lucho González e Lisandro López, o Benfica organizou-se, escolheu um treinador competente e dotou o plantel de elementos de inequívoca qualidade. Para alcançar o título, os responsáveis do clube da Luz não caíram na tentação de se desfazerem das peças de maior fiabilidade nem no logro de negociarem prematuramente jovens com grande margem progressão, como David Luiz e Di María. Construiu-se uma defesa compacta, um meio-campo que teve em Javi García a nova âncora e um tridente argentino de luxo, composto por Aimar, Di María e Saviola, capaz de resolver jogos ou de fazer de Cardozo um ponta-de-lança de eleição.
2. A goleada imposta no sábado ao Olhanense, perante um público que voltou a não resistir ao encanto do futebol benfiquista e encheu de novo a Luz, foi apenas mais uma das várias que aconteceram na temporada em curso. A vitória eloquente da última noite teve vários heróis - Aimar, Di María e Cardozo, etc. - mas também um réu. Delson cometeu uma grande penalidade escusada ainda os espectadores se estavam a sentar nas bancadas. Um punhado de minutos volvidos, carregou de forma tão disparatada como inexplicável Di María e averbou o segundo cartão amarelo, entregando literalmente a equipa de Jorge Costa, ainda antes do primeiro quarto de hora. A perder por 1-0 e reduzida a 10 elementos, a formação algarvia, que ainda luta pela permanência, ficou sem qualquer hipótese de discutir o jogo. No calor da luta, face à pressão dos pontos ou perante a necessidade de mostrar serviço, cometem-se muitos erros. Estes dois em tão curto período são, no mínimo, lamentáveis.
3. O jogador do Benfica que mais lucrou com a incompetência de Delson foi, sem dúvida, Oscar Cardozo. O hat-trick do paraguaio colocou-o de novo no topo da Bota de Ouro de "Record", com mais 1 golo do que Falcão, autor de um bis na deslocação do FC Porto a Setúbal. Dispondo ainda da vantagem de o colombiano não poder disputar o clássico, já que cumpre uma partida de castigo, Cardozo tem uma oportunidade soberana de colocar a cereja no topo do bolo com que os benfiquistas se vão deliciar no final da época. Mas, se não tivesse falhado 4 penáltis e um número quase assustador de oportunidades de golo com que o trio argentino o brindou, o paraguaio viveria hoje sem a necessidade de permanecer no relvado em notória inferioridade física.
4. Em Portugal, a Liga está praticamente decidida, ao contrário do que acontece nos principias campeonatos da Europa. Vamos ter jogos de rara emoção. Espanha, Inglaterra e Itália prometem-nos fins-de-semana intensos, como há anos não víamos. Uma verdadeira bênção para quem gosta de futebol!
(Luís Pedro Sousa, in Record)
1. Já só uma hecatombe afastará o Benfica do título nacional. Seria preciso que os encarnados perdessem no Dragão e em casa com o Rio Ave e o Sp. Braga vencesse os três encontros que lhe faltam disputar para que a Liga não tivesse o merecido vencedor. O Benfica será campeão com inteiro mérito. Tem o melhor ataque, a defesa mais coesa e é o conjunto que mais e melhor espetáculo proporcionou. Enquanto o Sporting continuou a não investir e o FC Porto não soube colmatar as saídas de Lucho González e Lisandro López, o Benfica organizou-se, escolheu um treinador competente e dotou o plantel de elementos de inequívoca qualidade. Para alcançar o título, os responsáveis do clube da Luz não caíram na tentação de se desfazerem das peças de maior fiabilidade nem no logro de negociarem prematuramente jovens com grande margem progressão, como David Luiz e Di María. Construiu-se uma defesa compacta, um meio-campo que teve em Javi García a nova âncora e um tridente argentino de luxo, composto por Aimar, Di María e Saviola, capaz de resolver jogos ou de fazer de Cardozo um ponta-de-lança de eleição.
2. A goleada imposta no sábado ao Olhanense, perante um público que voltou a não resistir ao encanto do futebol benfiquista e encheu de novo a Luz, foi apenas mais uma das várias que aconteceram na temporada em curso. A vitória eloquente da última noite teve vários heróis - Aimar, Di María e Cardozo, etc. - mas também um réu. Delson cometeu uma grande penalidade escusada ainda os espectadores se estavam a sentar nas bancadas. Um punhado de minutos volvidos, carregou de forma tão disparatada como inexplicável Di María e averbou o segundo cartão amarelo, entregando literalmente a equipa de Jorge Costa, ainda antes do primeiro quarto de hora. A perder por 1-0 e reduzida a 10 elementos, a formação algarvia, que ainda luta pela permanência, ficou sem qualquer hipótese de discutir o jogo. No calor da luta, face à pressão dos pontos ou perante a necessidade de mostrar serviço, cometem-se muitos erros. Estes dois em tão curto período são, no mínimo, lamentáveis.
3. O jogador do Benfica que mais lucrou com a incompetência de Delson foi, sem dúvida, Oscar Cardozo. O hat-trick do paraguaio colocou-o de novo no topo da Bota de Ouro de "Record", com mais 1 golo do que Falcão, autor de um bis na deslocação do FC Porto a Setúbal. Dispondo ainda da vantagem de o colombiano não poder disputar o clássico, já que cumpre uma partida de castigo, Cardozo tem uma oportunidade soberana de colocar a cereja no topo do bolo com que os benfiquistas se vão deliciar no final da época. Mas, se não tivesse falhado 4 penáltis e um número quase assustador de oportunidades de golo com que o trio argentino o brindou, o paraguaio viveria hoje sem a necessidade de permanecer no relvado em notória inferioridade física.
4. Em Portugal, a Liga está praticamente decidida, ao contrário do que acontece nos principias campeonatos da Europa. Vamos ter jogos de rara emoção. Espanha, Inglaterra e Itália prometem-nos fins-de-semana intensos, como há anos não víamos. Uma verdadeira bênção para quem gosta de futebol!
(Luís Pedro Sousa, in Record)
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